quarta-feira, 28 de setembro de 2016

EM PETROLINA, CUSTO DA CESTA BÁSICA SUBIU 22,19% NOS ÚLTIMOS 12 MESES

O custo da cesta básica caiu 1,06%, comparando os meses de julho e agosto, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Mas, considerando os primeiros oito meses do ano, a inflação foi de 10,73% e, nos últimos doze meses, o aumento foi de 22,19%. Em Agosto, o preço da cesta básica em Petrolina foi de R$ 333,25, comprometendo 37,3% da renda do trabalhador.

Os dados são da pesquisa do Índice da Cesta Básica, feita pelo colegiado de Economia da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape). Segundo o levantamento, entre os produtos que apresentaram alta estão o arroz, com o período da entressafra e o café, que sofreu com um clima desfavorável, levando à redução da produtividade. Os preços do leite e derivados também subiram e continuam com a tendência de aumento, devido à entressafra nas principais praças produtoras.

O custo do feijão, que nos últimos 12 meses aumentou 115,42% em Petrolina, caiu em agosto, assim como o óleo de soja. De acordo com o coordenador da pesquisa, João Ricardo, a entrada da colheita da safra irrigada contribuiu com o abastecimento no mercado, aumentando a oferta e reduzindo os preços. A diminuição no consumo feito pela população e a substituição por outros tipos de feijão também influenciaram na redução.

“A deflação de 1,06% foi causada pela redução no preço do feijão, da carne e do óleo de soja. Mas, principalmente, por causa do feijão que vinha aumentando consideravelmente. Se não fosse isso, teríamos um aumento nos preços, como aconteceu nos últimos meses”, destacou o coordenador.

Inflação
Para um trabalhador do Vale do São Francisco, que recebe um salário-mínimo, no valor de R$ 880, após a compra da cesta básica de alimentos, restou R$ 551,86 para despesas como moradia, transporte, saúde, vestuários e serviços pessoais.

O coordenador da pesquisa explica que com o aumento nos preços, o poder de compra dos consumidores é reduzido e a economia na cidade é afetada de forma intensa.

“Se você pensar que as empresas, no geral, estão dando, nos acordos coletivos, percentuais menores do que a inflação, principalmente funcionário público, tem gente perdendo muito pode aquisitivo porque não está conseguindo repor a inflação. E a inflação que está sendo considerada não é nem a inflação dos alimentos, que é extremamente importante para as pessoas de cidades menores como Petrolina” detalhou.

"Isso tudo faz com que os consumidores passem a ter uma menor condição de gastar e menores condições de comprar. Isso tem um efeito em cascata. As empresas vendem menos e consequentemente tem que produzir menos, demitir trabalhadores, que são mais pessoas que não vão conseguir ter renda para consumir e isso cria um ciclo negativo na economia”, destacou João Ricardo.

Como ocorre muita variação nos preços dos produtos, dependendo da marca e do estabelecimento comercial, a orientação é de que o consumidor pesquise antes de adquirir a cesta básica. “É um período bastante complexo, que as pessoas devem continuar fortemente fazendo pesquisar de preço, comprando quantidades menores se for o caso, para poder economizar, procurando substituições, vendo as promoções para tentar minimizar o prejuízo causa pela diminuição do poder aquisitivo”, enfatizou o coordenador da pesquisa.

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