O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para apurar se o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) está envolvido em esquema de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção de autoridades federais. O caso corre em segredo no Supremo.
Uma apuração preliminar sobre o tema foi iniciada na Corte em 2008, mas somente agora a investigação foi oficialmente instaurada. Agora Barroso mandou a Polícia Federal iniciar a coleta de provas. Depois dessa fase, a Procuradoria terá que analisar se denuncia ou não o parlamentar por crimes.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do senador informou que o parlamentar está "à disposição para prestar todas as informações" que lhe forem solicitadas pelas autoridades que conduzem o inquérito.
A nota também explica que o inquérito trata de contratos relativos a serviços de publicidade e refere-se ao período em que Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco e trata de contratos relativos a serviços de publicidade.
O senador Fernando Bezerra Coelho já é alvo de outro inquérito no Supremo sobre a Operação Lava Jato. O parlamentar foi citado na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em depoimento dado em agosto do ano passado, Costa relatou que, em 2010, Bezerra Coelho pediu R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, à reeleição ao governo de Pernambuco. Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento do Estado.
Segundo Paulo Roberto Costa, o pedido foi feito por Bezerra ao doleiro Alberto Youssef, que, segundo as investigações, era responsável por lavar dinheiro dos desvios em contratos da Petrobras. Os recursos viriam de consórcio entre empreiteiras chamado Ipojuca Interligações, formado por Iesa e Queiroz Galvão para as obras da Refinaria Abreu e Lima.
Paulo Roberto disse que o próprio Youssef confirmou que o dinheiro foi entregue para a campanha no início daquele ano. Fernando Bezerra Coelho negou todas as afirmações.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - texto: Mariana Oliveira TV Globo, Brasília