Os caminhões que transportarão a primeira remessa de ajuda humanitária do
Brasilpara a
Venezuela
partiram na manhã deste sábado de Boa Vista, em Roraima, para a
fronteira entre os dois países, que está fechada desde a quinta-feira
pelo governo de
Nicolás Maduro.
Os veículos são dois caminhões com placas e motoristas venezuelanos,
que serão escoltados pela Polícia Rodoviária Federal e pelo exército
durante os 220 quilômetros que levam até a cidade de Pacaraima, situada
na própria fronteira.
Para essa cidade também se dirigirão o ministro das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo,
e a advogada María Teresa Belandria, embaixadora no Brasil designada
pelo presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela,
Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em janeiro.
O governo federal estocou em Boa Vista, com ajuda da embaixada dos
Estados Unidos,
cerca de 200 toneladas de alimentos e remédios, que não puderam ser
transportados em sua totalidade devido ao fechamento de fronteira
ordenado por Maduro.
O governo federal se comprometeu com a
operação, mas estabeleceu como única condição que o transporte da carga
seja realizado por “caminhões venezuelanos com motoristas venezuelanos”,
que nos últimos dias não conseguiram entrar no país devido ao bloqueio
fronteiriço estabelecido por Maduro.
Segundo o porta-voz do presidente
Jair Bolsonaro,
Otávio do Rêgo Barros, a operação para entregar essa ajuda pode se
prolongar pelos próximos dias se persistirem as dificuldades para a
entrada dos caminhões venezuelanos.
Fontes oficiais disseram que,
caso os caminhões não consigam entrar neste sábado na Venezuela,
retornarão a Boa Vista e serão enviados novamente quando houver as
garantias de segurança necessárias.
Tensão
Na sexta-feira, militares leais ao governo de Nicolás Maduro atiraram contra um grupo de civis que tentava impedir o fechamento de parte da fronteira da Venezuela
com
o Brasil para a entrega de ajuda humanitária, deixando ao menos duas
pessoas mortas e várias feridas, de acordo com deputados da oposição e
ativistas.