O criador e realizador da tradicional Jecana Oficial do Brasil, Carlos Augusto, está triste. Mais que isso, está desolado.
Ele participou na manhã deste sábado (24) de uma reunião com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Petrolina, Jorge Assunção, que confirmou que a ajuda de R$ 150 mil, anunciado com pompa no lançamento do São João pelo prefeito Julio Lossio (PMDB) será apenas em estrutura para o evento. Ou seja, nenhum real vai entrar para custear as despesas.
“Só de premiação passa de 30 mil. Tem transporte, tem sonorização, tem a mídia, tem o pessoal que me ajuda na coordenação e várias outras pessoas que têm que ser contratadas para o apoio. Não temos nenhuma outra renda, o que se cobra ali é particular em um clube, não é nosso. Desse jeito não temos como pagar e eu não tenho como promover a festa”, afirmou.
Carlos Augusto disse que agora só faltam dez dias e reclamou do tratamento recebido pela prefeitura.
“Recebo diariamente ligações de pessoas de diversos lugares do Brasil. Só um cidadão da Paraíba traria 15 animais. Eles treinam os jumentos, eles produzem roupa, decoração, eles vivem esse evento. A prefeitura nunca se reuniu com a gente. Só agora, faltando dez dias, e ainda nos dizem isso”, lamentou.
O criador da Jecana questiona ainda sobre o pagamento do cachê da Banda Aviões do Forró para a Vaquejada de Petrolina:
“Eu não tenho nada contra outros eventos, pelo contrário, sou a favor de festas para o povo. Mas gastar mais de R$ 300 mil só para trazer uma banda de forró para um evento, se esquecendo de todas as outras tradições, eu acho demais”.
Carlos Augusto anuncia ainda que com o cancelamento da Jecana, não estará a frente também da tradicional Festa do Vaqueiro.
“Já disse para eles que não vou participar. O que aconteceu foi uma falta de respeito, então eu estou fora de tudo. A Festa do Vaqueiro é um evento que me emociona, mas não posso participar e nem ajudar. Aliás, vou contar o drama aos vaqueiros, meus amigos de uma vida, que nesse momento espero que fechem comigo e também não participem”.
O radialista Carlos Augusto disse que enfrenta problemas de saúde, mas passava por cima de tudo para realizar o evento.
“Quem me conhece sabe que deveria estar parado, me cuidando, mas tenho responsabilidade com esse evento tradicional. Essa festa não é minha, deixou de ser desde o momento que o povo abraçou. Está no calendário cultural da cidade, do estado, ganhou dimensões nacionais em publicidade. É um evento de Petrolina que estão acabando”, lamentou.
Estamos tentando encontrar o secretário de Desenvolvimento Jorge Assunção para ouvir a versão da Prefeitura de Prefeitura.