A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de legalizar a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos reacendeu a esperança de uma mãe pernambucana, que pode ser a primeira mulher do estado a viver a experiência por decisão própria, sem a autorização do juiz.
Aos 30 anos de idade, a camareira, que teve a identidade preservada, recebeu a notícia da primeira gravidez. Mas, depois de 16 semanas de gestação, o diagnóstico de anencefalia foi recebido com tristeza e decepção por todos. Depois de conversas com familiares, a mãe decidiu interromper a gravidez. Desde a última semana ela espera um parecer judicial. Porém, caso a nova lei que prevê o aborto legal seja homologada no Diário de Justiça na próxima segunda-feira, ela já estará apta a realizar o procedimento.
A mãe sabe que pode ser um marco no País e está certa da decisão. “Se eu pudesse, eu teria tirado a criança no dia em que soube da doença. É uma situação de muito sofrimento para a mãe. Eu quero resolver tudo o mais rápido possível. Com a aprovação dessa lei, espero que não demore tanto tempo”, disse.
Caso a decisão seja publicada no Diário de Justiça já na segunda-feira (16), ela se diz pronta para a cirurgia. “Eu não tenho dúvidas que vai ser o melhor. Além da minha dor depois dessa escolha, estou enfrentando muita burocracia. Tudo parece pior, mas tenho o apoio da minha família e quero engravidar novamente”, comentou. No caso da camareira, o procedimento, que será realizado em uma maternidade pública da Zona Norte do Recife, começará com a indução do parto por medicamento, seguida da curetagem. (Da Folha PE)
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