quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Câmara de Vereadores de Petrolina convoca empresários que receberam dinheiro do São João

As denúncias que envolvem os contratos da Prefeitura de Petrolina no São João deste ano, com o repasse de R$ 8,3 milhões sem licitação, para microempresas agenciarem artistas, seguem novos caminhos de apuração a partir desta semana.
A Câmara de Vereadores do município está convocando os donos das empresas TH Produções, Thiago Nascimento Vieira, e ME Produções, Marcelo Eduardo Nascimento Vieira, para prestar esclarecimentos sobre o assunto.
A presidente da comissão de Direitos Humanos, vereadora Anatélia Porto (PSD), explica que diante da gravidade dos fatos, já havia solicitado, desde a semana passada, a presença da secretária de Turismo, Nadja Batista, a de Cultura, Roberta Duarte e o coordenador do evento, assessor especial de gestão financeira, Avonilson Pires. Como não teve ainda nenhuma resposta oficial dos secretários, ampliou o foco para buscar dados na inciativa privada também.
Anatélia entende que, por envolver esclarecimentos de interesse da comunidade e ameaçar princípios de cidadania, no possível mau uso de recursos públicos, o caso exige apuração mais aprofundada.
A ação junta-se a uma série de outros requerimentos, como o de maio deste ano, quando o presidente da comissão de Constituição e Justiça, Osinaldo de Souza (PP), solicitou diretamente ao prefeito, informações relacionadas ao São João que até hoje não foram respondidas. Um dos requerimento é o de n. 094/2012, pedindo dados dos contratos das empresas de palco e som, contratos de bandas e artistas, da produção do evento. Outro requerimento, de número, 147/2012, também não conseguiu obter as informações solicitadas sobre gastos e receitas do evento.
O que levanta mais suspeitas sobre o caso, afirma Osinaldo, é a falta de transparência e de atendimento às solicitações da Câmara. A relação com o executivo, destaca, tem sido marcada pela falta de prestação de contas, em Petrolina. “Em relação a outras questões como os contratos de empresas de ônibus, e de planejamento de tráfego, por exemplo, ficamos com a mesma falta de explicações, como se o atual prefeito não reconhecesse o dever constitucional de prestar contas de seus atos à sociedade”, afirmou o vereador.
A audiência com os microempresários está marcada para quinta-feira (16). A expectativa na cidade é grande.
Outro ponto a entrar em investigação, conforme acrescentou, é o fato de que a prefeitura conseguiu, com aprovação da Câmara, um crédito suplementar solicitado no valor de R$ 16.810.600 para as Secretarias de Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico e Eventos, mas não explicou porque suspendeu eventos tradicionais como o Festival da Primavera e o Festival Geraldo Azevedo. Os artistas locais realizaram protesto no mês passado, sobre este tema.

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