quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sem se importar com críticas, Lóssio “invade” Casa Plínio Amorim e garante não ter nada a temer

 “estratégia” defendida pelo líder governista, Dr.Pérsio Antunes (PMDB), semana passada, sobre a ida do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), à Casa Plínio para explicar sobre os gastos com o São João este ano, foi colocada em prática durante a sessão de ontem (28). E deixou a maioria dos vereadores – inclusive a presidente da Mesa Diretora, Maria Elena (PSB) – perplexa. De início, a convocação seria para os secretários Roberta Duarte (Cultura), Nadja Batista (Turismo) e o assessor de Gestão de Finanças, Alvanílson Reis, falarem sobre o assunto. E eles até que foram, depois de terem se ausentado quando convidados da primeira vez, na semana passada. Mas o prefeito os tirou de cena, assumindo a responsabilidade de, ele próprio, explicar sobre os gastos.
O problema foi a forma como Lóssio escolheu para ir à Casa. Segundo Maria Elena, que chegou a elogiar a boa presença de público no plenário, tudo não passou de um “jogo de cena” do prefeito (que disputa a reeleição) para atrair mídia. Ela e os demais vereadores de oposição afirmaram que Lóssio convocou sua tropa de cargos comissionados para lotar a Casa. Além disso, ele não informou que também estaria presente. A desconfiança da presidente começou quando apenas o líder governista, Dr.Pérsio, era aplaudido, e foi confirmada com a presença do guia eleitoral do prefeito no plenário. Maria Elena não gostou e decidiu encerrar a sessão. “Vim aqui para falar sobre o São João. se a sessão foi encerrada, é porque os vereadores não querem ouvir o que tenho a dizer”, ironizou.
Sobre os festejos juninos, em especial os deste ano, Lóssio rebateu a denúncia publicada no início do mês pelo jornal Folha de Pernambuco, de que a prefeitura teria contratado sem licitação as empresas responsáveis por organizar o evento. “Mostramos os critérios de elegibilidade para a escolha das empresas, inclusive as de Petrolina que têm capital social parecido com as que fizeram o São João, empresas estas que trabalham com dispensa de licitação, pelas cartas de exclusividade que têm para os shows”, argumentou.
Lóssio disse ainda que a única denúncia que recai sobre os festejos juninos não se refere a sua administração, mas a de 2008, do então prefeito Odacy Amorim (concorrente dele este ano). “O São João de 2008, este sim, é o que está sob investigação do Ministério Público Federal”.
CPI
O prefeito afirmou, ainda, não temer a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia do jornal. “Se esta casa resolver fazer uma CPI (do São João), já podia também ter feito uma do saneamento, da habitação, de terrenos, da construção do Hospital de Traumas, da construção e licitação do Mercado do Turista”, alfinetou, reforçando que apoiará os vereadores de sua base – Dedé da Simpatia (PSDB), Raimunda Sol Posto (DEM) e Dr. Pérsio – a assinar o documento. “Não há nada que prove (a denúncia), a não ser a tentativa de desmerecer uma festa que fez circular em Petrolina R$ 135 milhões”.
Sem se importar com as críticas, o prefeito desconversou que a casa estivesse lotada de cargos comissionados. Ele aproveitou para dizer que a Casa tem todo o direito de fazer convocações, mas este não seria “o momento mais adequado”. E citou o grande número de estudantes universitários que estavam lá para protestar contra o recente reajuste nos salários. “Aqui tem uma série de universitários, não tem cargos comissionados. São estudantes que invadiram o Facebook protestando contra o aumento de 100%, que de fato é imoral. Todo mundo merece aumento, mas se o aumento do salário mínimo foi de 10%, por que um reajuste de 100%?”, indagou.

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