quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Barreiros irão matar a sede dos animais durante seca prolongada


A água que, durante os períodos de estiagem prolongada, irá manter os animais da população rural do semiárido sem sede e alimentados, começa a brotar dos primeiros barreiros construídos pelo programa Água para Todos, coordenado pelo Ministério da Integração Nacional e executado pela Codevasf. Em Pernambuco, primeiro estado a empreender esta vertente da ação, 30 barreiros já foram concluídos – um investimento de R$ 2,5 milhões, até agora, para atenuar um dos temidos efeitos da seca: a morte dos animais que são a fonte de leite e carne das famílias.
“Um barreiro é uma parede artificial feita com a intenção de armazenar a água da chuva. É como uma barragem com proporção reduzida. Essa água armazenada é basicamente destinada aos animais, mas também pode ser utilizada para outras finalidades produtivas”, explica o coordenador do Água para Todos em Pernambuco e engenheiro civil da Codevasf, Leonardo Cruz. No Estado, mais 200 estão previstos para serem implantados nesta etapa do programa.
Na zona rural de Petrolina, os oito barreiros que acabam de ser construídos irão beneficiar mais de 800 pessoas da região. Apesar da falta de chuva, o barreiro do sítio Boa Sorte, localizado em Uruás, por exemplo, já tem água. Leonardo Cruz explica que essa água surge das escavações feitas no bojo (bacia hidráulica) do barreiro. “Quando chove, uma parte da água fica armazenada no subsolo, sobre rochas impermeáveis e em uma altitude maior que a altitude onde se localiza o barreiro. Logo, essa água desce por gravidade até o barreiro. Neste local é feita uma perfuração, uma espécie de cacimbão que chega até a água da chuva que está no subsolo. Dessa forma, por mais que se retire água desse cacimbão, ele sempre estará sendo preenchido”, explica.
Outro dos barreiros construídos pelo programa em Petrolina está na comunidade de Pau Ferro, e apesar de ainda estar seco, já leva esperança aos moradores locais, como é o caso do produtor rural Cícero Rufino. “Estou muito feliz. Primeiro a gente não tinha água. Depois só tinha água de poço. Agora, com qualquer chuva de 100 milímetros esse barreiro vai ficar uma beleza”, aposta Rufino.
Condições técnicas e sociais
Segundo informações da assessoria de comunicação da Codevasf, antes de definir onde os barreiros serão construídos, técnicos da Companhia visitam as comunidades do interior e verificam quais os melhores locais para a ação. Condições técnicas, como dados topográficos, e condições sociais, como o número de beneficiários, disponibilidade do proprietário da terra em franquear acesso à água aos moradores no entorno da obra e relatos dos residentes ajudam no processo. Depois de escolhida a localidade, a equipe trabalha para deixar a obra pronta antes do período das chuvas. (Fotos: Ascom Codevasf)

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