terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Saúde doente: Em Nova Descoberta, unidade sofre com falta de medicamentos e banheiro vira depósito de lixo hospitalar


Nos quase 115 quilômetros de estrada percorrida na última sexta-feira (18) pelo interior de Petrolina, acompanhando um grupo de vereadores da Casa Plínio Amorim para verificar as condições dos postos de saúde, a reportagem do Blog chegou à Unidade de Saúde da Família (USF) no povoado de Nova Descoberta. No local o cenário encontrado foi deprimente.
Para começar, o banheiro do posto – o qual deveria ter outro tipo de utilidade – está interditado por servir de depósito para o lixo hospitalar que não é recolhido há meses (foto).
Estamos com atendimentos que não necessitam de procedimentos mais complexos, mas infelizmente curativos, vacinas e suturas não estão sendo realizados porque não há a coleta especial do lixo”, informa a médica da saúde da família, Isadora Parente, que atua na unidade.
Ela revelou também que faltam medicamentos básicos para hipertensos e diabéticos, solicitados constantemente. “A própria farmacêutica nos informou que existe, de fato, uma deficiência dos medicamentos no almoxarifado porque não têm sido fornecidos pela prefeitura”, disse.
Outro problema é a sobrecarga de trabalho quando uma das técnicas de enfermagem sai da equipe, já que a prefeitura não faz a reposição, além da dificuldade de transporte dos mesmos. “É complicado trabalhar com condições técnicas deficientes. É uma exposição total, tanto para os profissionais quanto para a população, que necessita de toda a assistência”, lamenta a médica.
N-07
No N-07 do perímetro de irrigação Senador Nilo Coelho, o quadro não é muito diferente. No PSF da comunidade, a sala de vacinação não é climatizada, tem sinais de mofo no forro e cheira a urina de morcego.
Não bastasse isso, quem depende de atendimento nem sempre é bem sucedido. Segundo a agricultora Damiana Macedo, ela teve de pagar por uma ultrassonografia para sua filha grávida saber o sexo do bebê, porque no momento o serviço não é oferecido na unidade.
Ela diz ainda ser preciso contar com a sorte para que a doença não chegue antes de conseguir uma ficha de atendimento. “Saímos às quatro da manhã para pegar uma ficha aqui, mas já existe uma contagem certa para o mês. Se a gente adoecer e não tiver ficha, fica sem fazer nada”, afirma.

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