terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bento 16 teve uma liderança cercada de polêmicas

Após a confirmação da renuncia do chefe da Igreja Católica Romana, o Papa Bento 16, na última segunda-feira (11), diversos especialistas e agências de notícias divulgaram análises sobre as polêmicas enfrentadas pelo líder ao longo do seu período no comando da instituição religiosa.
Entre as diversas controvérsias a BBC destacou os casos de pedofilia e corrupção que assolaram a igreja, além disso, destacaram também algumas declarações que incomodaram muita gente. Confira a seguir alguns destes fatos publicados pela agência britânica
Durante uma visita ao local onde ficava o mais conhecido campo de concentração nazista na Polônia, em maio de 2006, Bento 16 atribuiu a culpa do Holocausto a "um bando de criminosos" que teriam "abusado" do povo alemão.
Em 2006, em um discurso na Universidade de Ratisbona, Bento 16 fez uma declaração sobre Maomé que levou a uma série de protestos em países e comunidades islâmicas.
Na ocasião, durante uma palestra intitulada "Fé, Razão e a Universidade", o papa citou o que seria, segundo ele, uma frase do imperador bizantino Manuel 2º Paleologus sobre a prática de espalhar a fé com violência:
—Mostre-me o que Maomé trouxe de novo, e lá você encontrará apenas coisas más e desumanas, como o seu comando de espalhar pela espada a fé que ele pregava.
A declaração foi repudiada em todo o mundo muçulmano.
Em Nablus, na Cisjordânia, duas igrejas foram atacadas com bombas. O governo do Paquistão pediu explicações para o embaixador do Vaticano no país e até o Parlamento europeu aprovou uma resolução recriminando o Papa.
"É lamentável que o líder religioso dos cristãos tenha tão pouco conhecimento do Islã, e que fale sem vergonha disso", disse na época o clérigo iraniano Ahmad Khatam
As declarações em Auschwitz foram censuradas por importantes figuras da comunidade judaica, para quem as palavras do pontífice teriam reduzido a responsabilidade de aliados e cúmplices do nazismo.
O presidente da União de Comunidades Judaicas Italianas, Claudio Morpurgo, se disse "perplexo" com a declaração de Bento 16 - primeiro papa alemão desde o século 11 - e o grande rabino de Roma, Riccardo di Segni, classificou o discurso como "problemático"
Durante uma visita a África, em Março de 2009, Bento 16 criticou a distribuição de camisinha para combater o problema da Aids no continente, que concentra 75% das mortes pela doença no mundo.
“O problema da Aids é uma tragédia que não pode ser derrotada só com dinheiro ou pela distribuição de preservativos - que até pode agravar o problema”, disse o pontífice, ao conversar com jornalistas no avião, a caminho da capital de Camarões.
A Igreja Católica prega que a castidade e a abstinência são a melhor maneira de combater a Aids e, segundo o papa, "a única solução" para o problema seria uma mudança "espiritual" que faria as pessoas adotarem um "comportamento correto em relação ao corpo". As declarações provocaram protestos de entidades médicas e organizações de combate a Aids.
Pedro Chequer, por exemplo, representante no Brasil no órgão da ONU para o combate à doença, chegou a classificar o discurso de Bento 16 como "genocida"
 
Foto: REUTERS/Giampiero Sposito
 

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