Ciclista perdeu a chance de ter membro reimplantado, após acidente na Av. Paulista
O ciclista que teve o braço amputado ao ser atropelado por um carro na Av. Paulista, em São Paulo, no domingo (10), não corre risco de morte, mas perdeu a chance de ter o membro reimplantado — já que o motorista jogou o braço em um córrego na Avenida Ricardo Jafet, zona Sul da capital. Saiba o que fazer em acidentes como este, que envolvem amputação.O ortopedista dr. Fábio Caetano Figueiredo, microcirurgião do Hospital Eastern Maine Medical Center, nos Estados Unidos, explica que a primeira atitude é estancar o sangramento e manter o membro amputado dentro de um saco plástico, em um recipiente refrigerado, até a chegada ao pronto-socorro.
— O controle deve ser realizado a partir de uma compressão no ferimento com panos limpos ou, até mesmo, com um casaco. Se mesmo assim, a pessoa não conseguir estancar o sangue, o torniquete pode ser uma saída rápida para a diminuição do sangue da região afetada.
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Já a parte amputada deve ser envolvida em compressas úmidas (para evitar o ressecamento da pele) e colocada em um saco plástico dentro de um recipiente refrigerado, com a finalidade de prolongar o tempo em que o membro está sem receber o sangue.
— Não se deve colocar o braço ou o dedo amputado diretamente na água com gelo, pois pode levá-los a sofrer uma maceração [descamação da pele].
O ortopedista acrescenta que o reimplante pode ser realizado em até 12 horas. No entanto, se o membro não estiver refrigerado, a cirurgia deve ser feita em até 6 horas.
Reimplantação
Em casos de acidentes em que membros maiores, como braços e pernas, são decepados, a reimplantação deve ser realizada o mais rápido possível, afirma o especialista.
— Quanto maior for a parte amputada, maior será o tecido muscular. Assim, ele exigirá a cirurgia de imediato, pois o músculo não suporta muito tempo ficar sem sangue.
Após o reimplante, a recuperação do paciente pode durar de 6 meses a 1 ano, avisa o ortopedista.
— É importante observar a pessoa, pois nos primeiros dias existe a chance de ocorrer uma trombose [formação de coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo]
Caso não venha ocorrer tal complicação, a cicatrização dos tecidos se conclui em três semanas. É necessário que o indivíduo faça fisioterapia a longo prazo para evitar a rigidez articular e a aderência dos tendões — quando um gruda ao outro. Assim, os movimentos voltam ao normal ao longo da recuperação.
* Camila Savioli, estagiária do R7
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