Uma das vozes mais ferrenhas dos oposicionistas na Casa Plínio Amorim, o líder da bancada, vereador Ronaldo Cancão (PSL), deverá ser o maior ‘calo’ do prefeito Júlio Lóssio (PMDB) em relação ao projeto de lei de sua autoria, propondo a venda do Estádio Municipal Paulo de Souza Coelho.
Cancão já tinha deixado claro ser contra a venda do equipamento ainda no ano passado, quando nem era vereador.
Na época, Lóssio tinha enviado o projeto pela primeira vez, mas como tinha minoria na Casa, acabou derrotado. Agora, com sua bancada ampliada após as eleições de 2012, o prefeito mandou o projeto novamente à Câmara Municipal.
Mas Cancão garante que nem por isso Lóssio terá vida fácil. E o recado foi dado na última sessão ordinária do semestre, realizada ontem (27). Diante da presença do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, que voltou a Petrolina para fazer lobby pela construção de uma arena multiuso na cidade, o líder oposicionista mostrou-se contra a venda, mesmo o projeto não constando na pauta de votação porque ainda tramita nas comissões.
Apesar de ser favorável à arena, Cancão justificou que o dinheiro proveniente da venda do estádio, o qual o prefeito diz que aplicaria para levantar o empreendimento na cidade, não chega nem perto do que vale uma arena.
Segundo o vereador, o estádio Paulo Coelho tem uma venda estimada em torno de R$ 30 milhões, com o metro quadrado da área onde se localiza (no Centro da cidade) saindo por R$ 800. Mas uma arena, dentro dos padrões, não sai por menos de R$ 200 milhões. “E o restante desse dinheiro, a prefeitura vai tirar de onde?”, afirmou.
“Sem moral”
Ao Blog, Cancão disse que seria mais viável o município fazer uma reforma profunda no Estádio Paulo de Souza Coelho, que tem uma área de 37,9 mil metros quadrados – sendo 22 mil deles ociosos. “Daria para fazer uma mini-arena”, explicou Cancão, comparando o estádio de Petrolina ao de Salgueiro, o Cornélio de Barros, que tem 23 mil metros quadrados e capacidade para 20 mil pessoas. O vereador justificou que a reforma no Paulo de Souza Coelho elevaria a capacidade para 30 mil pessoas.
Cancão ressaltou, ainda, que o prefeito “está sem moral” para enviar à Casa projetos referentes à venda de patrimônio público. “A oposição está cansada. Esse governo já vendeu 27 imóveis e até hoje não sabemos para onde foi o dinheiro”, alfinetou.
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