Coluna do Blog de Magno Martins
Médicos fazem, hoje, uma grande manifestação em todo o País contra as duas decisões polêmicas do Governo: a PEC que obriga o estágio no SUS por dois anos para a diplomação e o veto a alguns itens do projeto do Ato Médico feito pela presidente Dilma.
Na lei que regulamenta a profissão da Medicina no País, Dilma não deu bolas aos reclamos da categoria e vetou, dentre outros pontos, o que reservava ao médico a responsabilidade de diagnóstico e tratamento de doenças.
Presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o médico Renato Azevedo lamenta que uma lei que tenha passado 12 a nos em debate no Congresso sofra profundas mudanças sem diálogo.
“Estamos vivendo em um País preocupante, autoritário. Ao mesmo tempo, o poder executivo baixa uma lei, através de Medida Provisória que revoluciona o ensino médico no Brasil sem conversar com ninguém”, disse Azevedo.
Brigar com uma categoria formadora de opinião como a classe médica não é nada aconselhável, principalmente para um Governo que vem enfrentando dificuldades de todas as naturezas depois que as manifestações implodiram nas ruas. A falta de diálogo reclamada pelos médicos não é exclusiva da classe.
Dilma não conversa sequer com os políticos. Tomou a decisão transloucada do plebiscito sobre reforma política sem ouvir sequer o vice-presidente Michel Temer, principal liderança do PMDB.
Se trata assim aliados, certamente continuará a ignorar os reclamos dos médicos, como deixou a entender, ontem, ao radicalizar o confronto com a categoria, negando qualquer abertura para um acordo. Por isso mesmo, as manifestações de hoje tendem a cair na graça da população em geral.
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