sábado, 16 de novembro de 2013

Após dez se entregarem, mais dois mensaleiros devem se apresentar à PF hoje

Após o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, expedir as primeiras 12 ordens de prisão, dez condenados pelo esquema de compra de apoio político, descoberto em 2005, se entregaram à PF (Polícia Federal), em Minas Gerais, São Paulo e Brasília, na última sexta-feira (15).
Os condenados que se apresentaram em outros Estados serão transferidos para Brasília no domingo (17) em um avião da PF.
A PF ainda aguarda dois condenados no mensalão, entre eles o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que se manifestou por meio do seu advogado afirmando que se entregará apenas na manhã deste sábado (16).  
Além de Delúbio, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato também deverá se entregar nesta sexta-feira pela manhã. A expectativa é que ele se apresente voluntariamente à Polícia Federal do Rio de Janeiro.
Vontade própria
Considerado operador do esquema do mensalão, Marcos Valério se entregou por volta das 21h, em Belo Horizonte (MG). Ele foi condenado a 40 anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O publicitário ainda terá que pagar R$ 2,78 milhões em multas. Valério, no entanto, tem direito aos embargos infringentes para o crime de formação de quadrilha, o que pode reduzir a pena em dois anos e 11 meses. 
Minutos antes, o ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, se apresentou na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Dirceu também tem direito aos recursos que podem mudar a pena, já que recebeu quatro votos pela absolvição no crime de quadrilha. Portanto, ele pode ter um abatimento de dois anos e 11 meses na pena, caso o STF decida assim.
Dirceu está na companhia do deputado federal José Genoino (PT-SP), que foi o primeiro condenado no processo do mensalão a se apresentar à PF na capital paulista após a ordem de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A defesa de Genoino já disse que vai pedir prisão domiciliar para ele.
Genoino, que se apresentou à polícia por volta das 18h, foi recebido por 20 militantes aos gritos de "Viva Genoino". Ele chegou à sede da PF em São Paulo acompanhado pela mulher no carro de seu advogado, Luiz Fernando Pacheco. Genoino foi condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa no julgamento do mensalão. 
Brasília e Minas Gerais
Em Brasília, o ex-tesoureiro do PL (atual PR), Jacinto Lamas, condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, se entregou na sede da Polícia Federal. Ele chegou acompanhado do advogado e cobriu o rosto para não ser fotografado.
Outros condenados do mensalão se entregaram à PF em Belo Horizonte. A primeira a comparecer à sede da Superintendência da PF da capital mineira foi Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério, apontado com o operador do esquema. 
Simone foi condenada a 12 anos e sete meses de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de divisas.

Cristiano Paz, ex-sócio de Valério, também se entregou cerca de duas horas após a expedição dos mandados de prisão pelo STF (Superior Tribunal Federal). Ele foi condenado a 25 anos de prisão.

Quem também se entregou à PF em Belo Horizonte foi Katia Rabello, ex-presidente do Banco Rural. Ela foi condenada a 16 anos e 8 meses de prisão. Ela cumprirá pena por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
Ramon Hollerbach, também ex-sócio de Marcos Valério nas agências de publicidade, foi o penúltimo a se entregar. Hollerbach foi condenado por formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas a quase 30 anos de prisão.
O último condenado a se apresentar foi o ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado, que se dirigiu à Polícia Federal de Belo Horizonte por volta das 23h de ontem. Ele foi condenado a 16 anos e oito de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Salgado foi o último dos sete mensaleiros de Minas Gerais que deveriam se apresentar à Justiça.

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