Em entrevista exibida pela tevê portuguesa RTP na noite de sábado (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o julgamento do Mensalão teve um viés mais político do que jurídico. “O tempo vai se encarregar de provar que o Mensalão teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica. O que eu acho é que não houve Mensalão. Também não vou ficar discutindo decisão da Suprema Corte. Mas esse processo foi um massacre que visava destruir o PT e não conseguiu”, afirmou.
O petista interrompeu a repórter ao ser questionado sobre o fato de haver pessoas próximas a ele — como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino — detidas. “Não se trata de gente da minha confiança. Tem companheiros do PT presos”.
Ainda na entrevista, Lula disse já ter cumprido sua missão como presidente e negou que pretenda substituir Dilma Rousseff na chapa petista que concorrerá ao Palácio do Planalto em outubro. “Em política, a gente nunca pode dizer não. Mas eu acho que eu já cumpri com a minha tarefa no Brasil. Eu sonhava em ser presidente porque eu queria provar que tinha mais competência para governar do que a elite brasileira e provei. A Dilma é uma mulher de extrema competência. Ela vai ganhar as eleições”, disse. “Mas o Lula não é candidato, eu não vou ser candidato, querida, não vou ser”, disse à jornalista Cristina Esteves.
Internação
O cacique petista precisou ser internado por cerca de 10 horas entre a noite de sábado e a manhã de ontem em decorrência de uma crise de labirintite. Ele esteve no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde permaneceu em observação até ser liberado.
“O paciente realizou exames que apresentaram resultados dentro da normalidade e foi liberado para a realização das atividades normais a partir de hoje (ontem)”,diz o boletim assinado pelos médicos Antonio Carlos Onofre de Lira e Paulo Cesar Ayroza Galvão.
Em outubro de 2011, o ex-presidente deu início a uma batalha contra um tumor de 3 centímetros na supraglote, localizada na laringe. O tratamento, com sessões de quimioterapia e radioterapia, seguiu até fevereiro de 2012, quando médicos o consideraram curado. (Fonte: Correio Braziliense/DP/Foto reprodução/TV RTP)
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