A DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) informou que, das 19h de quarta-feira (14) às 7h de quinta-feira (15) — em meio à greve dos bombeiros e policiais militares —, sete homicídios ocorreram na região metropolitana do Recife, além de sete tentativas de assassinato. Para a delegacia, o número excede a média registrada durante os finais de semana, quando há um maior número de crimes do que durante a semana, que é de no máximo seis. Policiais civis tiveram de ser escoltados para fazer o registro dos crimes no local.
O município metropolitano de Abreu e Lima, onde ocorreram arrombamentos e saques no comércio na noite desta quarta-feira, continuou alvo de vândalos na manhã desta quinta-feira. No bairro de Caetés, mercadinhos foram invadidos por populares que levaram suas mercadorias. Ainda sem a presença da Força Nacional nas ruas, os atos ocorreram livremente.
O centro da cidade amanheceu como palco de guerra e os comerciantes contabilizam prejuízos. Depois de quebrarem e arrombarem portas, lojas de calçados e eletrodomésticos foram saqueadas. Muita gente circulava carregando geladeiras, fogões, televisões e computadores. A prefeitura de Abreu e Lima decretou ponto facultativo nesta quinta, o que foi seguido pela prefeitura do município metropolitano de Paulista.
O Ministério da Justiça autorizou nesta quinta-feira (15) o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para Pernambuco, a pedido do governador João Lyra Neto. Em portaria publicada no Diário Oficial da União, a Força Nacional está autorizada a permanecer em Pernambuco pelo período necessário, até o encerramento da greve, para atuar em ações de segurança e ordem pública.
Segundo a Secretaria de Defesa Social, agentes da Força Nacional já desembarcaram no Estado. A pasta informou, às 9h50, que agentes se encontravam no Centro de Ensino Metropolitano em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife.
O governo de Pernambuco pediu ao governo federal o envio de tropas das Forças Armadas e da Força Nacional ao Estado após decretação da greve da Polícia Militar. Ofícios foram encaminhados pelo governador à presidente Dilma Rousseff e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O documento justifica a medida em razão de "iminente ameaça à paz e à ordem em todo território pernambucano".
Reajuste
Segundo o subtenente Ricardo Lima, diretor da Aspra (Associação dos Praças de Pernambuco), uma passeata acontece nesta quinta até o Palácio Campo das Princesas, sede do governo. Ele disse que, em reunião na tarde de quarta (14), o governo propôs fazer um estudo no plano de carreira e investimentos na corporação, mas não sinalizou com aumento salarial.
A Justiça decretou a greve dos PMs ilegal e determinou a cobrança de multa de R$ 100 mil por dia paralisado. A categoria pede reajuste salarial de 50% para soldados e 30% para oficiais a partir de janeiro, melhores condições de trabalho e implantação do plano cargos e carreiras. Em contrapartida, o governo reforçou a disposição de garantir um reajuste de 14,55% a partir de junho.
O governo de Pernambuco disse, em nota, que, “no ano de 2011, foi realizada uma negociação entre o governo do Estado e os policiais e bombeiros militares, tendo sido pactuado os reajustes para os anos de 2012, 2013 e 2014, o que foi aprovado por toda a categoria. Deste acordo, somente neste ano de 2014 todos militares terão 14,55% de reajuste, o que representa praticamente três vezes a inflação do período”.
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