segunda-feira, 12 de maio de 2014

Travestis denunciam agressões durante a madrugada na av. Pedro II, em BH

Travestis e transexuais que buscam clientes para programas sexuais durante a noite na avenida Pedro II, na região noroeste de Belo Horizonte, pedem reforço policial e campanhas contra o preconceito por temer ataques homofóbicos. Em 2014, oito travestis foram assassinadas em Minas. Em Belo Horizonte, neste sábado (10), duas travestis foram mortas na Pampulha - uma boiava na Lagoa e outra estava em um jardim. Em fevereiro, uma das vítimas foi encontrada morta em um parque no bairro São Paulo.
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Na última semana, representantes das travestis se reuniram na Câmara Municipal com vereadores da Comissão de Direitos Humanos e o comandante da 24ª Cia da PM para definir formas de combate aos crimes. Presidente do Cellos (Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais), travesti e moradora da região, Anyky Lima denunciou que as profissionais do sexo constantemente são assaltadas e agredidas com pedradas, mas têm medo de denunciar.

— As meninas deixam de denunciar porque sabem que serão humilhadas pela polícia. É uma dupla violência. É preciso aproximar os policiais que trabalham na rua da gente, é importante que conheçam as travestis para desfazer os mitos de que somos todas violentas e marginais.
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A travesti Brenda Prado admitiu que algumas travestis praticam assaltos, o que atrapalha a conscientização sobre o grupo.  

— Existem as travestis que são marginais, mas estamos aqui para defender as que querem trabalhar com dignidade, voltar para casa e pagar as contas.

O tenente-coronel Wanderley Wilson, comandante da 24ª Companhia, destacou a necessidade de diálogo com o grupo e a realização de campanhas antipreconceito por parte dos governos.

— A PM atua na preservação da ordem. Para isso, é preciso antes haver uma ordem, uma regulação da atividade, do local adequado para a prática e dos mecanismos de segurança a serem implementados.

Como há apenas quatro viaturas da 24ª Cia para patrulhar 14 bairros, não há como uma equipe ser responsável somente pela Pedro II. Para a PM, o ideal é que as travestis se unam em uma "rede de proteção" com moradores para denunciar abusos de clientes e também de profissionais do sexo que usam o espaço para cometer crimes.

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