sábado, 30 de agosto de 2014

Artigo do leitor: Cinquentinhas, um outro ponto de vista

A justiça tem fechado o cerco às ‘cinquentinhas’ em Petrolina,  mas o que pouco se fala é sobre os motivos pelos quais tantas pessoas têm adquirido este tipo de transporte. Neste artigo enviado ao Blog, o leitor Josemário de Souza apresenta um outro ponto de vista sobre o assunto e explica que a utilização deste tipo de moto pode ser guiada pela necessidade de fugir da precariedade do transporte público na cidade.
Acompanhem:
Creio que a questão das “cinquentinhas” é algo que não se limita apenas à falta de educação no trânsito ou à irresponsabilidade daqueles que fazem uso das mesmas. Acredito que o problema vai mais além.
Adultos ou jovens, em sua maioria, se veem na necessidade de comprar uma moto (muitas vezes uma cinquentinha), justamente pelo fato de que o transporte público na nossa cidade se encontra sucateado. Não se vê elogios, apenas críticas e mais críticas. Falta de conforto, escassez de veículos, ruas danificadas… tudo isso contribui diretamente para o aumento do número de motos e, consequentemente, para o número de acidentes. Vale lembrar que há poucos dias quase tiveram a audácia de levar adiante a ideia de aumento das passagens de ônibus, sem que, antes disso, tivessem empregado efetivas melhorias nos transportes.
Sendo assim, antes de empregar um “comprometimento” em multar, deveria haver um comprometimento em mudar essa triste realidade do transporte público, investindo-se/fiscalizando-se no/o serviço de transporte público da nossa cidade, com a finalidade de empregar eficiência nesse serviço. 
Importante lembrar que a nossa mobilidade urbana também se encontra comprometida. Há falta de espaço para as bicicletas trafegarem, o que deixa o cidadão que utiliza tal meio de transporta à sorte na violenta disputa de espaço com veículos maiores. Há, também, obstrução das calçadas, onde o pedestre, ao decidir andar a pé nas avenidas mais movimentadas (como na Areia Branca ou no José e Maria), se vê obrigado a andar nas ruas, pois as calçadas estão repletas de cadeiras. 
Josemário de Souza Nunes/cidadão

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