Reportagem da edição deste final de semana da revista "Veja" afirma que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos à Polícia Federal (PF) que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal. Segundo a publicação, o ex-dirigente citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Líderes da oposição no Congresso informaram neste sábado (6) que pretendem levar para apuração na CPI mista da Petrobras as denúncias do ex-diretor de Refino e Abastecimento Paulo Roberto Costa, que em depoimento à Polícia Federal delatou dezenas de senadores e deputados federais de três partidos (PT, PMDB e PP), governadores e um ministro como beneficiários de um esquema de pagamento de propinas com dinheiro de contratos da estatal. O líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), anunciou que pedirá na segunda-feira (8) uma "reunião de emergência" da CPI. Ele afirmou que também pretende solicitar, por meio da CPI, cópia dos depoimentos que Costa prestou a policiais federais e a procuradores da República. Preso no Paraná após a deflagração em março da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Paulo Roberto Costa passou a dar os depoimentos depois de propor um acordo de delação premiada. Em troca, se comprovadas as denúncias, poderá obter redução da pena. Costa é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, também preso durante a Lava Jato, acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. O ex-diretor da Petrobras também é suspeito de receber propina de Youssef para favorecer empresas em contratos para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Costa foi preso duas vezes - em março, sob a acusação de destruir provas - posteriormente, foi libertado, por decisão do Supremo - e em junho, depois que autoridades da Suíça informaram sobre supostas contas secretas mantidas por Costa naquele país. Segundo informações reproduzidas por diferentes publicações neste sábado, Costa teria relatado que 3% do valor de contratos firmados pela Petrobras com outras empresas eram repassados a políticos no período em que ele foi diretor da estatal, entre 2004 e 2012. A Polícia Federal não revela o conteúdo dos depoimentos de Costa, que têm ocorrido diariamente, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Por envolver parlamentares, o acordo de delação premiada de Costa terá de ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal. O ministro Teori Zavascki, relator do processo da Operação Lava Jato, avaliará os depoimentos para decidir sobre a homologação do acordo.
Fonte: Veja/G1
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