sábado, 29 de novembro de 2014

Nigeriano luta para impedir que filha de 14 anos seja condenada à pena de morte por matar marido

Wasilat Tasi'u, de 14 anos, está sendo julgada pelo assassinato de seu marido, Umar Sani, de 35 anos, que morreu após ter ingerido comida contaminada por veneno de rato. A jovem é acusada de ter colocado a substância no alimento.
De acordo com o site americano The Huffington Post, o pai da adolescente, Isyaku Tasi'u, está entrando com um recurso na Justiça nigeriana para poupar a filha da pena de morte.
Na quarta-feira (26), testemunhas disseram à Suprema Corte de Gezawa que Tasi'u havia matado o marido duas semanas após o casamento, em abril. Outras três pessoas morreram depois de ter comido a refeição envenenada.
A promotoria está tentando conseguir a pena de morte para Wasilat Tasi'u.
O caso levanta controvérsia: no país, uma menina de 14 anos tem maioridade penal e pode ser processada por assassinato; ao mesmo tempo, porém, adolescentes não têm vários direitos garantidos e se tornam noivas muito jovens. O casamento infantil é muito comum na Nigéria, principalmente em regiões pobres do norte do país.
Zubeida Nagee, ativista nigeriana pelos direitos das mulheres, disse que a jovem teve que se casar com um homem que não amava. Ela protestou, mas foi forçada por seus pais. Nagee e outros ativistas escreveram uma carta-protesto ao governo local.
Nagee diz que Tasi'u é vítima de um abuso sistemático sofrido por milhões de garotas na região. A mistura entre os costumes tradicionais, a lei islâmica e a Constituição nigeriana são um desafio quando se advoga pelos direitos das adolescentes na Nigéria.
O julgamento está interrompido até o dia 22 de dezembro. Tasi'u está sob custódia.

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