Wasilat Tasi'u, de 14 anos, está sendo julgada pelo assassinato de seu marido, Umar Sani, de 35 anos, que morreu após ter ingerido comida contaminada por veneno de rato. A jovem é acusada de ter colocado a substância no alimento.
De acordo com o site americano The Huffington Post, o pai da adolescente, Isyaku Tasi'u, está entrando com um recurso na Justiça nigeriana para poupar a filha da pena de morte.
Na quarta-feira (26), testemunhas disseram à Suprema Corte de Gezawa que Tasi'u havia matado o marido duas semanas após o casamento, em abril. Outras três pessoas morreram depois de ter comido a refeição envenenada.
A promotoria está tentando conseguir a pena de morte para Wasilat Tasi'u.
O caso levanta controvérsia: no país, uma menina de 14 anos tem maioridade penal e pode ser processada por assassinato; ao mesmo tempo, porém, adolescentes não têm vários direitos garantidos e se tornam noivas muito jovens. O casamento infantil é muito comum na Nigéria, principalmente em regiões pobres do norte do país.
Zubeida Nagee, ativista nigeriana pelos direitos das mulheres, disse que a jovem teve que se casar com um homem que não amava. Ela protestou, mas foi forçada por seus pais. Nagee e outros ativistas escreveram uma carta-protesto ao governo local.
Nagee diz que Tasi'u é vítima de um abuso sistemático sofrido por milhões de garotas na região. A mistura entre os costumes tradicionais, a lei islâmica e a Constituição nigeriana são um desafio quando se advoga pelos direitos das adolescentes na Nigéria.
O julgamento está interrompido até o dia 22 de dezembro. Tasi'u está sob custódia.
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