segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Operação de retirada das baronesas do Rio São Francisco deve durar semana inteira


Equipes da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, além do Ibama e do Corpo de Bombeiros, começaram hoje (8) cedo a retirar as baronesas que avançaram em boa parte do Rio São Francisco, do lado de Petrolina. O trabalho paliativo deve durar toda a semana e é feito por meio de retroescavadeiras. Funcionários da prefeitura também ajudam a recolher as plantas.
As baronesas, embora funcionem como uma espécie de ‘filtro’ do rio, servem também para medir o grau de poluição no Velho Chico. Mas em grandes quantidades, elas podem prejudicar outras espécies vivas que vivem no rio, a exemplo de peixes.
A operação é fruto de uma recente audiência pública realizada em novembro na Casa Plínio Amorim, a qual abordou os problemas ambientais enfrentados pelo Rio São Francisco. Representante da Central Única de Bairros de Petrolina (Cubape) e responsável por provocar a audiência, o líder comunitário Pedro Caldas elogiou a Câmara de Vereadores por realizar o evento, e também ao diretor-presidente da AMMA, Gleidson Castro, que prometeu na ocasião realizar a retirada das baronesas.
Ao Blog, ele frisou que a defesa do rio é uma das principais bandeiras da entidade, que está tentando um assento na câmara consultiva do Comitê Hidrográfico do São Francisco (CBHSF). Nesse sentido a Cubape participou de um encontro, semana passada, em Salgueiro, e a entidade também vem visitando municípios ribeirinhos da região no intuito de conscientizar as populações locais a reforçar a causa.
 “A prefeitura está fazendo a parte dela, e esperamos agora que a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) faça a sua. Nós temos tido um relacionamento muito bom com Igor (Galindo, gerente regional da Compesa). Ele tem sido muito prestativo, e a promessa é de que já no início de 2015 a bacia central de saneamento de Petrolina comece a funcionar”, informou.
Multa
O gestor da AMMA, Gleidson Castro, reforçou o caráter paliativo da ação. Segundo ele, somente quando o esgoto deixar de ser jogado ‘in natura’ no rio, as baronesas farão parte do passado. Ele lembrou, inclusive, que a AMMA chegou a multar recentemente a Compesa em mais de R$ 1 milhão pela prática. Os recursos dessa multa, segundo ele, reverteram-se tanto para retirar o esgoto da bacia central, quanto para fazer o reflorestamento da mata ciliar.
Ressaltando a promessa feita na audiência, Gleidson explicou que a ação destinou-se sobretudo a beneficiar os praticantes de esportes aquáticos como caiaque, kite surf e stand up padle, que se sentiam prejudicados pelas baronesas. Ele deixou claro também que não há como precisar um período em que as margens do rio ficarão livres das espécies. “Não temos como dizer em quanto tempo as baronesas vão se proliferar novamente. Estamos retirando uma grande quantidade, não 100 %, mas a maioria, para que se reduza o nascedouro delas, aqui em frente à orla”, explicou.
Gleidson rebateu também a informação do gerente regional da Compesa, Igor Galindo, o qual na audiência pública sobre o Velho Chico disse que o esgoto jogado hoje no rio são de ligações clandestinas de esgoto na bacia central. “A Compesa hoje recebe para tratar o esgoto. O cidadão, quando paga água, paga também a taxa de esgoto. Então, se há ligações clandestinas, a Compesa tem de encontrá-las, uma vez que ela recebe para fazer tratamento, como acontece no Recife”, finalizou.  A operação desta segunda foi acompanhada de perto pelos vereadores José Batista da Gama (que requereu a audiência pública), Alvorlande Cruz, Ronaldo Silva e Maria Elena.

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