sexta-feira, 29 de maio de 2015

GLOBO SILENCIA SOBRE A CORRUPÇÃO NO SEU QUINTAL

As investigações do Departamento de Justiça americano e do governo da Suíça sobre o escândalo de corrupção na Fifa, que sacudiram o mundo do futebol e levaram à prisão cartolas como o brasileiro José Maria Marín, envolvem transações comerciais em que a Rede Globo, da família Marinho, atua diretamente há décadas: a compra de direitos de transmissão de eventos esportivos nacionais e internacionais.
Segundo a polícia federal (FBI) e a receita federal americanas, as investigações na Fifa tiveram início por causa do processo de escolha das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, mas foi expandida para analisar os acordos da entidade nos últimos 20 anos.
A investigação atua em várias frentes. Sobre a compra dos direitos de transmissão o esquema funcionava basicamente assim: para ter contratos de direitos de transmissão de eventos organizados pela Fifa, como a Copa da Mundo ou Copa Libertadores, empresas de marketing esportivo pagavam propinas milionárias aos dirigentes da Fifa. De posse dos direitos de transmissão, as empresas revendia-os a grupos de comunicação do mundo todo. Só em relação aos direitos de transmissão da Copa América de 2015, 2019 e 2023, a Datisa, formada formada pela Traffic, do brasileiro J. Hawilla, e duas companhias sul-americanas, aceitou pagar US$ 352,5 milhões e mais US$ 110 milhões em propinas para os presidentes das federações sul-americanas. A Rede Globo comprou da Datisa os direitos de transmissão da Copa América no Brasil.

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