quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Diretor-geral da PF pede a deputados a aprovação de projeto que Dilma odeia

Num instante em que Dilma Rousseff redescobre a importância do equilíbrio fiscal e o vice-presidente Michel Temer faz um apelo dramático para que o Congresso tenha “responsabilidade”, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, trafega na contramão do governo. Em telefonemas a deputados de partidos governistas e de oposição, o delegado Daiello pede a aprovação da proposta que vincula os salários de advogados da União, procuradores estaduais e de delegados de polícia a 90,25% dos contracheques dos ministros do STF. Para, Dilma, Temer e o ministro Joaquim Levy (Fazenda), esse projeto é uma “bomba fiscal”.

Além do diretor-geral da PF, penduraram-se ao telefone os superintendentes estaduais da corporação. Eles ligam para os parlamentares dos seus respectivos Estados para cabalar votos em favor da proposta que Dilma e o governo dela abominam. Assediado pelos federais, um deputado brincou com os seus interlocutores de ocasião. Disse que, em tempos de Lava Jato, uma ligação da Polícia Federal pode resultar em infarto.

Os federais não são os únicos a se mexer. Pressionam os deputados também os advogados da União e os procuradores dos Estados. Além dos telefonemas, as corporações entopem as caixas de e-mail dos parlamentares e realizam abordagens nos corredores do Congresso. De resto, organizam-se para lotar as galerias da Câmara. O cerco corporativo surte mais efeito do que os apelos de Dilma, Temer e Levy. (Via: Josias de Souza)

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