O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), dois parlamentares da oposição, se manifestaram nesta quinta-feira (4) sobre a investigação da Polícia Federal que apura o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na venda de Medidas Provisórias.
"O cerco se aperta", disseram Roberto Freire por meio de nota e Carlos Sampaio por meio de sua conta do Twitter.
A venda de MPs é apurada no âmbito da Operação Zelotes. Nesta quinta a PF informou que Lula passou da condição de colaborador voluntário a investigado.
Em nota, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) disse que a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "cada vez mais complicada".
— A última notícia sobre o líder petista dá conta de que a empreiteira OAS pagou despesas da reforma do apartamento triplex reservado para a família de Lula no Guarujá e também do sítio em Atibaia, interior de São Paulo, onde o ex-presidente costuma passar finais de semana e feriados.
Segundo Freire, os casos do triplex e do sítio “demonstram que Lula, quando na Presidência da República, não teve nenhuma compostura, não respeitou em nada o mandato que a sociedade brasileira lhe deu”.
— Infelizmente, é uma dura realidade que, há algum tempo, vem se impondo à sociedade brasileira e que a Operação Lava Jato está revelando ao Brasil, mostrando o grau de degradação moral que estamos sofrendo no país”.
Entenda o caso
Lula já foi ouvido na Zelotes, mas na condição de informante. Ele era presidente quando duas das medidas sob suspeita foram editadas, a MP 471/2009 e a MP 512/2010.
O filho caçula do petista, Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,5 milhões de um dos lobistas presos na Zelotes, acusado de atuar em suposto esquema de corrupção para atuar nas normas.
A PF suspeita que os pagamentos possam estar relacionados à edição de uma terceira norma, a MP 627/2013 e também à compra de caças pelo governo brasileiro, naquele ano.
Questionado se o filho recebeu recursos como compensação por ter atuado em favor das MPs e da transação dos caças, o ex-presidente disse que as hipóteses eram "absurdas".
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