Passadas mais de 12 horas da sessão que vai votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os senadores dão sinais de cansaço e o clima no plenário do Senado poderia ser descrito como de tédio — não fosse o fato de faltar poucas horas para a votação da medida mais drástica contra o chefe do Executivo. A sessão começou às 10h da manhã desta quarta-feira (11).
Ao contrário da algazarra vista na Câmara dos Deputados com gritos de guerra e cartazes, às 22h no Senado, os discursos, fossem contra ou a favor do impeachment, não pareciam empolgar a maioria dos senadores em plenário, que não ficou cheio todo o tempo, com quase metade das fileiras vazias em alguns momentos, apesar de 75 senadores terem registrado presença na Casa.
Ao ser aprovado na Câmara, a maior parte do mundo político passou a considerar como certa a abertura do processo pelo Senado, embora há quem acredite que a petista possa evitar sua condenação na fase de julgamento pelos senadores.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) parecia gravar um pronunciamento em vídeo com o próprio celular quando, às 21h51, o senador Reguffe (sem partido-DF) discursava sobre “uma nova forma de fazer política” e pedia pela reforma tributária.
Pouco antes, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Paulo Paim (PT-RS) ficaram rapidamente ao telefone, enquanto José Medeiros (PSD-MT) olhava atentamente a tela de seu computador.
O líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), estudava detidamente um texto na hora da fala de Hélio José (PMDB-DF), enquanto Fernando Bezerra (PSB-PE), do outro lado do plenário, se engajava em uma conversa pelo celular e Jorge Viana (PT-AC) gravava uma entrevista para o celular de um assessor.
Pouco antes, lá pelas 20h, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teve que pedir silêncio. Não pela esperada disputa política sobre o impeachment, mas porque a visita de deputados à sessão disparou conversas paralelas no plenário.
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