Toda responsabilidade pela segurança no Rio de Janeiro, que era obrigação do Estado, agora está subordinada ao presidente Michel Temer, nas mãos de um interventor. É a primeira vez desde a promulgação da Constituição, em 1988, que há uma intervenção federal decretada.
O interventor da área de segurança pública no Rio de Janeiro é o general Braga Neto. Isso significa que é ele quem comandará a Secretaria de Segurança Pública, as polícias e os bombeiros do Estado.
Na prática, entretanto, a mudança só deverá vir após um estudo. De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, será feito um levantamento de dados para que seja traçada uma estratégia de combate à violência.
O Estado fluminense vem assistindo a um avanço nos números de mortes por policiais, roubos de rua e de veículos desde 2012.
De imediato, a presença de mais militares nas ruas, como deve ocorrer, tem efeito pontual de aumentar a sensação de segurança dos moradores.
As Forças Armadas no Rio de Janeiro não são novidade. Grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude e os Jogos Olímpicos, foram acompanhados por integrantes do Exército.
De acordo com Temer, as circunstâncias exigem essa "medida extrema".
Os senhores sabem que o crime organizado, quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo País e ameaça a tranquilidade do nosso povo.
O presidente acredita que conseguirá colocar ordem no Estado.
"Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos, nem nossas praças continuarão a ser salões de festa do crime organizado. Nossas estradas devem ser rota segura para motoristas honestos, nas vias, e nunca via de transporte de drogas ou roubo de cargas", disse.
O ministro da Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, minimiza preocupações com o aumento à tolerância aos regimes militares. "As Forças Armadas jamais foram ameaça à democracia, em qualquer tempo após a redemocratização. Ameaça à democracia é a incapacidade das estruturas policiais que são de competência dos estados", afirmou.
A medida que já está em vigor depende de aprovação do Congresso Nacional. A previsão é que o decreto com validade até dezembro seja apreciado pelos parlamentares na segunda-feira (19).
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