quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Paulo Câmara recupera sua imagem e avança rumo à reeleição

Na eleição de 2004 muita gente apostava que o então prefeito do Recife João Paulo seria sumariamente derrotado porque fazia uma gestão mal-avaliada pelos recifenses, e amargava a terceira colocação atrás de Cadoca e Joaquim Francisco que iniciaram a disputa bem a frente dele nas pesquisas. No decorrer do pleito João Paulo não só recuperou-se nas pesquisas como venceu a disputa no primeiro turno com significativa folga, e ainda saiu da prefeitura em 2008 com elevada aprovação, tanto que elegeu o sucessor.
Em 2016 Geraldo Julio não tinha o elevado desgaste de João Paulo em 2004 mas começou atrás  nas pesquisas, no decorrer da campanha começou a crescer e terminou o primeiro turno com pouco mais de 49% dos votos válidos. No segundo turno contra o próprio João Paulo venceu a disputa com a maior votação da história do Recife.
Este ano Paulo Câmara passou pelas mesmas dificuldades que João Paulo em 2004, e viu muita gente apostar que ele sairia derrotado nas urnas. Na fase de pré-campanha o governador foi beneficiário de dois episódios envolvendo o processo eleitoral, o primeiro foi a vitória de Jarbas Vasconcelos na queda de braço com Fernando Bezerra Coelho pelo comando do MDB. A manutenção do partido na Frente Popular foi duplamente importante, primeiro porque manteve o tempo de televisão do partido na sua coligação, depois porque evitou que ele fosse para Armando Monteiro.
O segundo episódio foi a retirada de Marília Arraes do páreo, uma vez que ela era quem polarizava a disputa com ele, ao tirá-la do jogo, Paulo Câmara escolheu Armando Monteiro como seu adversário, e garantiu o tempo de televisão do PT, e principalmente a tese de dividir a disputa entre o palanque de Lula e o palanque de Temer. O guia eleitoral começa nesta sexta-feira e Paulo Câmara por garantir MDB e PT na sua coligação terá o dobro do guia eleitoral de Armando e o mesmo tempo que a soma de todos os seus adversários.
Primeiro turno – Pelas pesquisas divulgadas até o momento, Paulo Câmara teria apenas 46% dos votos válidos em média. A soma de seus adversários dá 54%. Porém, se a terceira via não se viabilizar, é pouco provável que a eleição vá para a segunda etapa, porque o grau de indecisos é grande e o governador poderá ser beneficiado pelo chamado voto útil, resolvendo a fatura logo no dia 7 de outubro.
Senado – As pesquisas também mostram um alerta para os candidatos a senador da oposição. Dependendo dos votos de Paulo Câmara, se ele for eleito no primeiro turno com mais de 55% dos votos válidos, será muito difícil que algum senador da outra chapa seja eleito, portanto é fundamental que a oposição crie um fato novo pelos próximos quinze dias se quiser escapar pelo menos um senador.

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