sexta-feira, 5 de abril de 2019

Morre Gervásio Baptista, ícone do fotojornalismo brasileiro

Ícone do fotojornalismo brasileiro, Gervásio Baptista morreu, aos 95 anos de idade, nesta sexta-feira, 5, em Brasília (DF) deixando uma coleção invejável de imagens capturadas por suas câmeras. Em mais de 70 anos de atividade profissional, Baptista documentou boa parte da República brasileira em fotografias do Brasil, de suas missões no exterior e atuação como correspondente na Guerra do Vietnã e de revoluções.
Há cinco anos, ainda trabalhava como fotógrafo oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) e da estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Circulava com desenvoltura, sempre com a câmera na mão e chapéu na cabeça, pelos corredores e salões do poder.
De suas lentes saíram feitos do fotojornalismo, como os registros do enterro de Getúlio Vargas em São Borja (RJ), em 1954, e do aceno de Juscelino Kubitschek ao povo na inauguração de Brasília, em 1960. Também é dele a última imagem de Tancredo Neves, quando estava internado no Hospital de Base de Brasília, em 1985.
Não houve político ou autoridade de relevância em Brasília incólume a suas lentes. No ano passado, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) o homenageou com a Medalha Ranulpho Oliveira, destinada aos maiores nomes do jornalismo da Bahia.
“Ele foi um pai e um mestre para todos nós, fotógrafos do poder, em Brasília”, resumiu André Dusek, um dos veteranos do fotojornalismo brasileiro. “Era um profissional muito ético, mas sempre brincalhão. Eu me lembro que, sempre que nos encontrávamos, ele me agradecia por uma ajuda que eu lhe havia dado para fazer foto do Collor em Alagoas”, completou, referindo-se ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.
“Gervásio era um ídolo, um símbolo para os fotógrafos de Brasília. Era muito respeitado”, afirmou Tânia Monteiro, veterana repórter de O Estado de S Paulo, com mais de trinta anos de cobertura do Palácio do Planalto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário