Desde sexta-feira (19), quase 2 mil caminhoneiros se reuniram em ao menos 15 grupos de WhatsApp para discutir a possibilidade de uma nova paralisação das estradas nesta segunda (22). O motivo seria a nova tabela de fretes divulgada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, informou à Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) que se reunirá com a categoria durante esta semana – sem especificar o dia.
Um dos líderes dos caminhoneiros, Wanderlei Alvez, o Dedeco, que ganhou notoriedade na grande paralisação de 2018, disse à Folha de S.Paulo que falou com o ministro Tarcísio Freitas por telefone e que recebeu dele uma confirmação de que a tabela seria suspensa devido à reação dos caminhoneiros. Dedeco afirma que não faz parte dos grupos de WhatsApp que estão ameaçando o novo protesto.
Em vídeo circulado pelo WhatsApp, que teria sido gravado no último sábado, um grupo de caminhoneiros posicionados em frente à fábrica da Vitarella, na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, criticava a nova tabela de preços do frete rodoviário divulgada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Se tava ruim, ficou pior. A partir da 0h de amanhã [domingo] para segunda-feira, Pernambuco tá parado. Conto com o apoio de todos vocês dos 26 estados e do Distrito Federal”, afirma um dos caminhoneiros, identificado como Marcone, que seria uma das lideranças do movimento em Brasília.
Durante o último fim de semana, um vídeo circulou pelo WhatsApp falando em protestos e paralisação para uma nova greve de caminhoneiros, que seria deflagrada a partir da 0h da próxima segunda (22). Neste domingo, uma equipe da Folha de Pernambuco foi até o local e não encontrou nenhuma manifestação. Duas funcionárias que trabalhavam na fábrica confirmaram ter visto mensagens sobre a mobilização, mas disseram que até aquele momento não tinham presenciado nenhum protesto.
O presidente do Sintracape, Wilton Valença Nery, afirmou que a mobilização convocada pelo WhatsApp vem de um grupo minoritário. “Entendemos a situação econômica do país e estamos negociando com o governo federal. Isso é de um grupo pequeno que tem contato com alguns caminhoneiros lá de Brasília. Não vamos participar de nenhum movimento [de paralisação]”, informou. (Fonte: Folhapress)
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