Encerrado o prazo de filiações partidárias visando às eleições 2012, as atenções se voltam para as lideranças que trocaram de legenda. Em Petrolina, Odacy Amorim, que deixou o PSB e foi para o PT, corre o risco de ficar sem o mandato, caso sua ex-sigla entenda que cometeu infidelidade partidária. Em Lagoa Grande (PE), a prefeita Rose Garziera vive a mesma situação, mas ela demonstra serenidade em relação ao assunto.
Ela e o marido Jorge Garziera eram ligados ao PMDB do senador Jarbas Vasconcelos, que não é exatamente o PMDB aliado da presidente Dilma Rousseff. Mas o casal Garziera decidiu mudar, trocando o partido pelo PR, da base do governador Eduardo Campos (PSB) e de Dilma.
No ato de filiação dos dois, na última quinta-feira (06), que contou com a presença do deputado federal Inocêncio Oliveira, principal líder do PR, Rose minimizou o fato de a cúpula estadual do PMDB ameaçar tirar o mandato dela por infidelidade partidária.
A prefeita reconheceu o trabalho feito por Jarbas no município, durante sua gestão como governador do estado (1999-2006), quando Jorge era o prefeito. Por isso mesmo o compromisso do casal foi mantido até a última eleição, em 2010 – quando Jarbas novamente disputou o Palácio do Campo das Princesas, contra Eduardo Campos. “Recebemos muitas propostas (de deixar o PMDB), mas meu marido manteve o compromisso de gratidão que tinha com Jarbas”, revelou, deixando clara sua admiração por todos do partido no estado.
Ela descartou que tivesse decidido aderir à base de Eduardo para conseguir investimentos para Lagoa Grande, mas admitiu que o município passou por um certo período de encolhimento, mesmo com todos os seus esforços. “temos de ter a coragem para tomar decisões e buscar as parcerias visando o melhor para o povo lagoagrandense”, ponderou.
Inocêncio também não acredita que o PMDB vá adotar essa postura com Rose, sobretudo pelo histórico de democracia dentro do partido. “Acredito na liberdade do PMDB, tenho respeito pelo senador Jarbas, pelo deputado Raul Henry, por Dorany Sampaio (presidente da legenda). O PMDB foi o responsável pela transição democrática do país, e portanto esperamos que o PMDB se conscientize como o PR, que disse em alto e bom som que não tomaria o mandato de qualquer filiado seu que quisesse ir para outro partido, porque acreditamos que a liberdade, depois da vida, é o mais sagrado direito de todos”, ressaltou