Laudo divulgado no final da tarde desta
sexta-feira (22), pela superintendência da Vigilância Sanitária Estadual de
Minas Gerais, sobre o lote da bebida à base de soja da marca Ades contaminado
aponta que, no lugar de suco de maçã, 96 unidades foram envasadas com soda
cáustica (hidróxido de sódio 2,5%) e água. Isso teria ocorrido em razão de
falhas mecânica e humana na unidade da fabricante Unilever de Pouso alegre (MG).
O laudo estadual agora será encaminhado à Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) que definirá as penalidades. Mas a Vigilância já apontou que
a linha de produção deve permanecer paralisada até que sejam tomadas diversas
medidas preventivas na fábrica. Entre outras coisas, a Unilever terá de fazer
uma revisão completa de todos os equipamentos, sensores e software do processo
de fabricação do Ades. A empresa precisará ainda aumentar o número de amostras
coletadas durante o envase e alterar o período de retenção dos produtos acabados
antes da liberação ao mercado. Outra exigência é a revisão e implementação de um
procedimento de liberação da produção após o sistema de higienização. Por fim, a
companhia precisará introduzir um dossiê diário de qualidade com a assinatura
dos gerentes. As falhas na fábrica teriam ocorrido no tanque de alimentação da
linha de envase. Como ele estava com estoque baixo, a máquina teria iniciado o
processo automático de limpeza. Mas, em seguida, o dispositivo de envase teria
sido acionado por um funcionário e as embalagens receberam a substância de
limpeza no lugar do suco. A Vigilância Sanitária questiona o fato de a empresa
não ter notado o erro e distribuído ao mercado o lote contaminado da embalagem
de 1,5 litro do suco de maçã. A falha envolveu o lote AGB 25 envasado no dia 25
de fevereiro de 2013 com validade até 22 de dezembro de 2013. Nesta semana,
técnicos da Unilever já haviam se reunido em audiência, em Brasília, com
representantes da Secretaria Nacional do Consumidor e da Anvisa. Na ocasião, a
empresa admitiu que houve falhas operacionais e humana e argumentou que tomou
medidas para evitar novos problemas. Entretanto, isso não a livrou de responder
pelo ocorrido e um processo tramita na Secretaria do Consumidor com a multa
podendo chegar a R$ 6,2 milhões. Já na Anvisa, a multa pode atingir o valor de
R$ 1,5 milhão.
Proibido
A vistoria na fábrica em Pouso alegre foi
realizada por funcionários da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal. A
fabricação, distribuição, venda e consumo de todos os lotes dos produtos com
soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos de uma das linhas
de produção seguem proibidos até que uma nova resolução seja publicada pela
Anvisa. Até agora 14 pessoas já tiveram problemas ao consumir o suco e esse
número pode aumentar. Isso porque das 96 unidades contaminadas menos de 50 foram
localizadas e recolhidas até o momento. A Unilever divulgou comunicado
informando que cumpriu todas as determinações da Anvisa publicadas nesta semana
e que os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com as iniciais "AG"
permanecerão no mercado e se encontram em perfeitas condições para consumo. De
acordo com a Unilever, os consumidores afetados tiveram problemas como
queimaduras na mucosa, enjoo e náusea. Mas todos já teriam recebido atendimento
médico, sem que houvesse a necessidade de internação.
Fonte: Agência Estado/Blog Diniz K-9
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