Nove meses após o crime que tirou a vida da menina Beatriz Angélica Mota, de sete anos, os pais Lucia Mota e Sandro Romilton cobram agilidade da polícia investigativa e pedem o afastamento do delegado, responsável pelo caso, Marceone Ferreira.
Lucinha, mãe de Beatriz, revela que não entende como um crime, ocorrido no Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, em um dia de festa, com circulação intensa de pessoas ainda não foi desvendado e a polícia só agora divulgou novidades após a propagação de uma nova mobilização pedindo celeridade nas investigações. “Não entendemos o porquê esse crime ainda não foi desvendado, esses demônios estão soltos, colocando em risco a sociedade e a escola continua omissa”, disse.
Com exclusividade, nesta sexta-feira (09), os pais de Beatriz concederam entrevista ao Programa Nossa Voz, da Grande Rio FM, e Sandro questionou o andamento das investigações. “O que me fez acreditar no trabalho da Polícia Civil o foram os seres humanos que encontramos lá, porque vimos o empenho no caso, mas o que vimos de estrutura física, como equipamentos, por exemplo, nos deixam incrédulos. Nos decepcionamentos muito com os equipamentos e já pedimos mais investimentos ao Governador [Paulo Câmara]”.
Para Sandro, a polícia leva a público informações sobre as investigações sob pressão popular. “Sempre quando há uma manifestação pública a polícia convoca a imprensa para a divulgação de uma novidade, alguém sai do seu comodismo, de sua zona de conforto e parte para a sociedade para falar alguma coisa. É assim, a gente pressiona e sai, aí a gente aperta mais uma vez e sai mais alguma coisa”, acrescenta.
Sandro pontuou que pessoas podem estar sendo protegidas. “Depois de todo trabalho da perícia apresentado, o delegado ficar ainda falando de acho, talvez, ele não pode ficar na base do achismo. No caso de minha filha Beatriz não tem gente pobre envolvido não, tem gente lá dentro, e eu quero respostas. Perdemos a paciência com Marceone porque ele tem uma postura de sempre deixar para depois, de pedir calma. Ele não pode pedir isso mais, 276 são muitos dias para quem espera a elucidação de um crime brutal”.
Os pais de Beatriz acreditam em um crime premeditado e aprovam a linha de investigação da polícia, questionam, apenas, a morosidade no processo de investigação. Eles são contra a inserção do médico legista George Sanguinetti que por diversas levanta vezes, por meio de uma rede social, levanta pareceres sobre o crime. “Ele foi contratado pelos pais da Isabela Nardone, os próprios assassinos contrataram ele para que apresentar um laudo a favor deles sobre o crime. Ele trabalhou para defender os assassinos”, resumiu Lucinha.
Neste sábado (10), completam nove meses do assassinado de Beatriz, vítima de 42 facadas dentro do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora em Petrolina. Até agora, nenhum suspeito do crime foi apresentado pela Polícia Civil de Pernambuco.